
Manaus – O vereador Rosinaldo Ferreira da Silva, conhecido como Rosinaldo Bual, foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Amazonas (MPAM), que resultou em pedido de prisão preventiva, busca e apreensão, suspensão do exercício da função pública e outras medidas cautelares. A Justiça determinou ainda o afastamento do parlamentar de suas funções legislativas por 120 dias.
De acordo com a investigação, o esquema criminoso envolveria a prática conhecida como “rachadinha”, em que servidores comissionados do gabinete do vereador eram obrigados a devolver entre 40% e 50% de seus salários. Apesar de manter em média 40 a 50 assessores nomeados, a estrutura física do gabinete comportava menos de 10 pessoas.
As apurações revelaram ainda que Rosinaldo Bual teria nomeado pessoas com vínculos empregatícios incompatíveis com o exercício de cargos públicos. Uma análise financeira aprofundada apontou movimentações suspeitas: entre 2017 e 2023, o vereador declarou rendimentos de aproximadamente R$ 996 mil, mas movimentou em suas contas mais de R$ 5,2 milhões, apresentando uma diferença sem origem lícita superior a R$ 4,2 milhões.
Segundo o MPAM, o patrimônio do vereador era praticamente nulo em 2017, mas cresceu de forma significativa em poucos anos, chamando a atenção das autoridades. Além disso, o material da investigação reuniu informações de outros inquéritos, incluindo um caso de furto em uma das residências do parlamentar que revelou a existência de bens de alto valor.
As investigações seguem em andamento para apurar os crimes de peculato e concussão (artigos 312 e 316 do Código Penal), organização criminosa (Lei 12.850/13) e lavagem de dinheiro (Lei
9.613/98).
Por Eudogio Gonçalves