Policial penal é preso após atirar em entregador de aplicativo no Rio de Janeiro

Policiais civis da 32ª Delegacia de Polícia (Taquara), em parceria com a Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), prenderam neste domingo (31) o policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini. A prisão ocorreu por força de um mandado de prisão temporária expedido pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Ferrarini é acusado de atirar contra o entregador de aplicativo Valério de Souza Júnior, na noite de sexta-feira (29), em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Segundo apuração, o agente não compareceu ao plantão da Seap após o episódio.

De acordo com as investigações, o policial e o entregador teriam discutido durante a entrega de um pedido. Valério foi socorrido e encaminhado a uma unidade de saúde. A arma utilizada no disparo foi apreendida e encaminhada para perícia. Com base na análise das provas, a 32ª DP solicitou a prisão preventiva do agente, que havia sido ouvido no sábado (30) e liberado.

A Seap informou que Ferrarini foi afastado de suas funções por 90 dias. Em nota, a secretária da pasta, Maria Rosa Nebel, classificou a conduta do servidor como “abominável” e reforçou que o órgão acompanha de perto as investigações. Além disso, um processo administrativo disciplinar foi aberto contra o policial penal.

Relembre o caso

O caso aconteceu na Rua Carlos Palut, no conjunto de prédios conhecido como Merck. O entregador chegou ao condomínio e solicitou que o cliente fosse até o portão retirar o pedido. Ferrarini se recusou, exigiu que a entrega fosse feita no apartamento e, após um desentendimento, efetuou o disparo que atingiu o pé do trabalhador.

Em vídeo gravado no momento do crime, é possível ouvir o entregador pedindo ajuda após ser baleado, enquanto o policial retorna para o apartamento. Valério foi atendido em uma unidade de saúde e liberado com o projétil ainda alojado no pé. Ele informou que ainda não sabe quando poderá retomar o trabalho, pois aguarda avaliação médica sobre a retirada da bala e possíveis sequelas.

Após o episódio, outros entregadores realizaram um protesto em frente ao condomínio em solidariedade ao colega e pedindo justiça.

Pronunciamento do iFood

Em nota, a plataforma iFood lamentou o caso e destacou que os entregadores não têm a obrigação de entregar os pedidos até os apartamentos, sendo a portaria o local recomendado para retirada. A empresa informou que disponibilizou apoio jurídico e psicológico ao entregador e reforçou que não tolera qualquer forma de violência contra os profissionais parceiros.

A empresa também relembrou a campanha “Bora Descer”, lançada no Rio de Janeiro em 2024, que incentiva clientes a buscarem os pedidos na portaria como forma de respeito aos entregadores.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil.

Foto: Reprodução

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