
CRUZEIRO DO SUL (AC) — A bióloga Jéssica Souza dos Santos, de 33 anos, morreu no último sábado (19), após sofrer um grave acidente envolvendo uma linha com cerol enquanto pilotava sua motocicleta, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre. O caso ocorreu por volta das 16h30, na ladeira da Rua do Purus, nas proximidades da Escola Dom Henrique Ruth, no momento em que a vítima seguia para casa.
Testemunhas relataram que Jéssica havia saído minutos antes da casa da mãe e, ao descer a ladeira, foi atingida por uma linha de pipa atravessando a via. A linha cortante atingiu diretamente o pescoço da vítima, provocando um ferimento profundo e grande perda de sangue. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas ao chegar ao local, a equipe médica constatou que a bióloga já estava sem vida.
“Ela descia a rua normalmente quando a linha atingiu o pescoço. O corte foi muito profundo. Quando o socorro chegou, não havia mais o que ser feito”, informou uma testemunha que conhecia a vítima.
Formada recentemente pela Universidade Federal do Acre (Ufac), Jéssica trabalhava como professora-mediadora na Escola Integral Maria Lima de Souza e era conhecida pela dedicação à profissão e pela prática de esportes. A escola divulgou uma nota de pesar lamentando a perda e destacando o profissionalismo da servidora.
“Com sua sensibilidade e amor pelo que fazia, entregava-se com dedicação às suas funções, sempre disposta a ajudar quem precisasse”, disse a instituição.
Jéssica era recém-casada com um policial militar e havia iniciado recentemente sua carreira no magistério. O 6º Batalhão da Polícia Militar do Acre (PM-AC), onde seu marido atua, também emitiu nota oficial prestando solidariedade à família e aos amigos.
“Nos solidarizamos com o companheiro de farda, familiares e amigos neste momento de dor, pedindo a Deus que conforte seus corações”, declarou a corporação.
Uso de cerol é proibido por lei
O uso de cerol — mistura cortante de cola com vidro moído — e da linha chilena é proibido no Acre desde 2024, por meio da Lei Estadual nº 4.394, que proíbe a posse, comercialização, fabricação e importação dessas substâncias em qualquer circunstância.
Além da legislação estadual, o Código Penal Brasileiro prevê punição para quem coloca a vida de outras pessoas em risco, com pena de detenção de três meses a um ano.
Mesmo com a proibição, acidentes continuam sendo registrados, sobretudo no período de férias, quando cresce o número de crianças e adolescentes soltando pipas em áreas urbanas. As autoridades seguem reforçando campanhas educativas para alertar sobre o perigo, e o Ministério Público tem cobrado ações para coibir a prática no estado.
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