Veja quem são os três militares da aeronáutica presos por estelionato em Manaus 

MANAUS | Três militares da Força Aérea Brasileira (FAB) foram presos sob suspeita de envolvimento em um sofisticado esquema de fraude bancária que causou prejuízo superior a R$ 5 milhões. Os investigados foram identificados pelos nomes de guerra “Fonseca”, “Felipe Martins” e “Baptista”, sendo dois lotados na Base Aérea de Manaus e um em São Paulo.

O esquema foi descoberto após a prisão de Fonseca, ocorrida no último dia 15 de julho, na Vila Militar de São Roque (SP), onde ele residia. Durante o interrogatório, ele confessou o crime de estelionato eletrônico e lavagem de capitais, além de revelar ter ensinado a prática ilegal a dois colegas de farda na capital amazonense.

A investigação em Manaus foi coordenada pelo delegado Ivo Martins, titular do 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), com apoio do delegado Denis Pinho. Um dos militares foi capturado em um motel da cidade, onde havia se escondido para tentar escapar da prisão. O terceiro suspeito foi preso em sua casa, no bairro Flores, zona Centro-Sul da capital.

De acordo com a Polícia Civil, os militares utilizavam cartões de crédito para comprar, em grande volume, passagens aéreas junto a uma companhia aérea parceira de um programa de milhagens. Cada compra gerava um crédito de aproximadamente 1% de “cashback”, automaticamente convertido em milhas do programa Smiles. Em seguida, as passagens eram canceladas, mas os créditos acumulados permaneciam ativos e eram utilizados para gerar lucros pessoais.

Entre os meses de maio e julho de 2025, apenas um dos investigados realizou operações que totalizaram R$ 21.851.451,54 em compras de passagens, com posterior cancelamento. Essa movimentação fraudulenta resultou na obtenção indevida de R$ 214.341,59 em cashback, além de aproximadamente 5 milhões de milhas acumuladas.

“As compras eram sistematicamente feitas, canceladas logo depois, e os valores de cashback permaneciam ativos. Esses valores eram então transferidos para contas correntes, convertidos em dinheiro, milhas ou até mesmo usados em sites de venda, o que caracteriza um processo claro de lavagem de capitais”, afirmou o delegado Ivo Martins.

Com base nas informações colhidas pela Polícia Civil de São Paulo, os investigadores do Amazonas avançaram na análise das transações financeiras dos envolvidos, reunindo provas suficientes para solicitar os mandados de prisão. As ordens judiciais foram cumpridas na quinta-feira (17), encerrando a operação.

Segundo a polícia, todo o valor obtido ilegalmente foi direcionado à compra de bens e ao uso em programas de fidelidade, na tentativa de ocultar a origem criminosa do dinheiro. As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos no esquema e rastrear o patrimônio adquirido com o dinheiro fraudado.

Os três militares foram apresentados às autoridades competentes e seguem à disposição da Justiça.

EG NOTÍCIAS 

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