
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), apreendeu na última terça-feira (15/07) um adolescente de 17 anos suspeito de envolvimento na agressão que causou a morte de Fernando Vilaça da Silva, também de 17 anos. O crime ocorreu no dia 3 de julho, na rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus.
Este é o segundo adolescente detido pela Polícia Civil no caso. O primeiro, de 16 anos, já havia sido apreendido no último dia 9. Ambos são apontados como responsáveis pelas agressões que levaram Fernando à morte, após sofrer traumatismo craniano causado pelos golpes desferidos durante a briga.
De acordo com a investigação, a vítima foi atacada após uma discussão que teria motivação homofóbica. O adolescente apreendido nesta terça-feira apresentou-se espontaneamente à Deaai, acompanhado de seu advogado. Contra ele já havia um mandado de internação provisória expedido pela Justiça. Após o cumprimento da ordem judicial, ele foi encaminhado à unidade socioeducativa, onde aguardará as medidas judiciais cabíveis.
Entenda o caso
No dia do crime, Fernando teria sido abordado pelos dois suspeitos, que iniciaram as agressões após provocações relacionadas à sua orientação sexual. Durante o ataque, a vítima caiu e bateu a cabeça no chão, sendo socorrida e levada ao hospital. Apesar dos esforços médicos, Fernando não resistiu às complicações causadas pelo traumatismo e morreu dois dias depois.
A morte do adolescente causou grande comoção entre familiares, amigos e colegas da escola onde ele estudava. Grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+ e autoridades locais cobraram rigor nas investigações, ressaltando o caráter de intolerância do crime.
Desfecho e continuidade das investigações
Com a apreensão dos dois adolescentes envolvidos, a Polícia Civil encerra a fase inicial da investigação, que agora segue para o Judiciário. Ambos responderão por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado. A internação provisória pode durar até 45 dias, prazo que pode ser estendido conforme decisão judicial.
A PC-AM reforçou que casos como esse reforçam a importância do combate ao preconceito e da atuação firme contra crimes motivados por intolerância.
“Estamos cumprindo nossa missão de garantir justiça à família da vítima e mostrar que não há espaço para crimes de ódio em nossa sociedade”, destacou a delegada responsável pelo caso.
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