
Três destróieres da Marinha dos Estados Unidos, equipados com o sistema de mísseis guiados Aegis, estão a caminho da costa da Venezuela e devem chegar à região nas próximas 36 horas. As embarcações USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson integram a classe Arleigh Burke, considerada uma das mais avançadas em tecnologia de defesa antiaérea e capacidade de ataque. A operação é oficialmente apresentada por Washington como parte da estratégia de combate ao narcotráfico no sul do Mar do Caribe, mas analistas e setores políticos latino-americanos avaliam o movimento como uma ofensiva militar que pode abrir espaço para possíveis intervenções armadas no país governado por Nicolás Maduro.
A presença militar ocorre após o governo norte-americano ampliar suas ações na região, enviando aviões de vigilância, helicópteros e tropas de operações especiais, com o argumento de reforçar a “segurança fronteiriça”. Embora o ministro da Defesa da Colômbia tenha apoiado a iniciativa, garantindo que as operações ocorrem fora de sua zona marítima, críticos alertam que a medida tem como principal alvo a Venezuela, que há anos é acusada pelos Estados Unidos de ser um “Estado narcotraficante”.
A escalada também se insere em um contexto de pressões econômicas e políticas contra Caracas. Recentemente, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou recompensas milionárias por informações que levem a acusações contra integrantes do alto escalão do governo venezuelano. Para setores progressistas da América Latina, a justificativa da “guerra às drogas” é um pretexto histórico usado pelos EUA para ampliar sua influência estratégica e militar na região.
Organizações políticas e movimentos sociais da região consideram que a presença dos navios norte-americanos representa uma ameaça direta à soberania venezuelana e à estabilidade do continente. Esses grupos reforçam que se opor à ingerência estrangeira não significa apoiar Maduro, mas sim defender o direito do povo venezuelano de decidir de forma independente os rumos de seu país, sem pressões externas.
Foto: Internet