O rapper Mauro Davi Nepomuceno dos Santos, conhecido artisticamente como Oruam, se entregou à Polícia Civil do Rio de Janeiro no fim da tarde desta terça-feira (22), após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. A apresentação ocorreu na Cidade da Polícia, na zona norte da capital, onde o artista chegou acompanhado de sua noiva, Fernanda Valença, e de um advogado.
O gesto foi precedido de uma série de postagens nas redes sociais em que Oruam, filho do traficante Marcinho VP, chegou a afirmar estar escondido no Complexo da Penha. Em tom desafiador, ele disse: “Quero ver vocês virem me pegar aqui dentro do Complexo. Aqui vocês recuam. Lá no Joá, vocês fazem show.”
Pouco depois, no entanto, mudou o discurso. Em um vídeo publicado antes da apresentação à polícia, o cantor se desculpou e afirmou que pretende reconstruir sua trajetória: “Desculpa a quem eu decepcionei. Eu vou dar a volta por cima com a minha música. Não sou bandido.”
Já na Cidade da Polícia, visivelmente abalado, Oruam declarou: “Só quero pedir desculpas. Amo meus fãs. Estou com Deus e vou superar tudo isso.” A fala contrastou com o tom de confronto adotado horas antes nas redes.
Conflito e acusações
A prisão ocorre um dia após um confronto envolvendo agentes da Polícia Civil na mansão do cantor, localizada no Joá, Zona Oeste do Rio. Os policiais tentavam cumprir um mandado de busca e apreensão contra um menor de idade foragido, que estava no imóvel. Durante a ação, segundo a polícia, Oruam tentou impedir o cumprimento da ordem judicial e atacou os agentes.
Após o episódio, o cantor passou a ser investigado e acabou indiciado por tráfico de drogas, associação ao tráfico, desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça e dano ao patrimônio público. O adolescente envolvido no caso se apresentou à polícia ainda nesta terça.
O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, classificou o artista como “um marginal da pior espécie”. Oruam, por sua vez, alegou ter reagido apenas após ser ameaçado. “Só joguei pedras porque apontaram armas para mim. Tenho provas”, afirmou.
Reincidência com a Justiça
Oruam já havia sido preso em fevereiro deste ano, quando agentes da Polícia Civil encontraram o foragido Yuri Pereira Gonçalves em sua residência. Durante a operação, foram apreendidos rádios comunicadores, armas de airsoft, joias, celulares, munições, uma pistola 9mm e um kit rajada. O traficante assumiu a posse dos materiais, e o cantor foi liberado após assinar um termo circunstanciado.
Ainda no mesmo mês, o rapper foi detido pela Polícia Militar na Barra da Tijuca, após realizar uma manobra arriscada durante uma blitz. Ele foi autuado por direção perigosa e por dirigir com a carteira vencida. Uma fiança de R$ 60 mil foi estipulada, permitindo que respondesse ao processo em liberdade.
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Foto: Divulgação