MANAUS | Buscando atingir a excelência na qualidade de atendimento à pessoa com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), da Prefeitura de Manaus, conseguiu aumentar em 62,1% a identificação de pacientes com sintomas suspeitos de AVC durante o atendimento. Além disso, o serviço conseguiu também reduzir em 27,2% o tempo de atendimento na cena da ocorrência, contribuindo para reduzir as sequelas da doença.
Os dados coletados se referem aos atendimentos realizados em 2024, quando o Samu Manaus estabeleceu como meta a obtenção do selo Diamante, do EMS (sigla em inglês para Serviços Médicos de Emergência) Angels Awards, nível mais alto de certificação internacional e que representa a excelência na qualidade do atendimento à pessoa com suspeita de AVC no atendimento pré-hospitalar.
O gerente técnico do Samu e médico emergencista, Eduardo da Silva Júnior, destaca que o AVC pode ser fatal ou resultar em sequelas graves, impactando na qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias, e, portanto, é essencial diagnosticar corretamente, obter um histórico médico adequado e encaminhar o paciente para um hospital preparado para atender esse tipo de ocorrência.
“São medidas muito importantes para que o paciente receba um atendimento rápido e eficaz. O selo Diamante foi conquistado com um intenso trabalho coletivo para melhorar o processo de atendimento, que envolveu a educação permanente das equipes, mudança de processos de trabalho para reduzir o tempo de resposta, melhoria no registro e processamento dos dados coletados e o repasse de informações para o serviço de saúde que dará continuidade ao atendimento pré-hospitalar realizado pelo Samu”, informa o gerente técnico do Samu.
A reestruturação no processo passou, de acordo com o médico, por todas as etapas de trabalho do Samu, iniciando com o atendimento, via 192, quando o profissional da regulação médica, mediante as informações repassadas por telefone, consegue identificar os casos suspeitos de AVC, priorizando de forma adequada o atendimento pelas equipes nas ambulâncias.
“Nós sabemos pela literatura que a cada minuto de isquemia cerebral, perdem-se aproximadamente dois milhões de neurônios de forma irreversível, o que gera várias consequências negativas para o paciente e seus familiares, além de trazer impactos financeiros para o sistema de saúde. O trabalho do Samu tem como objetivo contribuir para um desfecho mais positivo para o paciente que sofre um AVC, reduzindo a mortalidade e as incapacidades”, destaca.
Os dados do Samu mostram que foi possível aumentar a identificação dos casos no momento do atendimento por telefone pelo profissional da Central de Regulação, bem como por meio das equipes das ambulâncias, que realizam o atendimento no local da ocorrência.
“Todo o trabalho do Samu foi feito para aumentar a capacidade de reconhecimento dos sintomas pelos profissionais, assim como do processo de trabalho do serviço e, assim, garantir a identificação precoce dos casos. Em 2024, foi possível alcançar a marca de 99% de pacientes com a hora registrada de início dos sintomas”, afirmou.
Com a obtenção do selo Diamante em 2024, o trabalho do Samu continua para manter a certificação e garantir um melhor atendimento para a população.
“O trabalho do Samu é auditado a cada três meses, para que se possa manter a certificação. Se a qualidade dos indicadores apresentar uma queda, perde-se o selo. O processo de avaliação dos indicadores é endossado por instituições reconhecidas, como a Organização Mundial do AVC e é necessário atingir padrões mínimos de forma contínua, para manter a certificação”, explicou o médico.
Casos
O Samu Manaus registrou, em 2024, um total de 891 chamadas classificadas como suspeita de AVC, agravo que surge com o rompimento ou entupimento dos vasos que levam o sangue para o cérebro, o que tem como consequência a paralisia da área cerebral que ficou sem a circulação do sangue. As chances de uma recuperação completa do paciente são maiores quando o diagnóstico e tratamento ocorrem da forma mais rápida possível.
O gerente técnico do Samu lembra que, frequentemente, o acidente vascular se manifesta de forma súbita, com a pessoa percebendo uma alteração repentina que envolve principalmente a parte motora, em geral de forma lateralizada, do lado direito ou esquerdo do corpo, com diminuição da força muscular, dificuldade de andar, de segurar algo ou de falar e o rosto pode ficar assimétrico.
“Quando esses sintomas começam de forma súbita em pessoas que já apresentam fatores de risco, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares, aumenta a probabilidade de que elas estejam desenvolvendo um AVC agudo, com necessidade urgente de atendimento”, alerta.